sábado, 19 de julho de 2008
Refórma agrária.
Os campos repletos de comida
mas carente pela divisão,
tentando matar a fome
de quem lhes fez brotar vegetação.
Mas sonhar não bastaria,
sonhos não mata fome de bóias-frias,
que partem na utopia
de na cidade ir comer e morar.
E saem do campo
deixando o leite que azedou,
prá beber água na cidade
que a indústria ensacou.
Prá comer chumbo
nos enlatados de tomates
forrados de nicádmio.
Prá morar nas favelas
que a primeira chuva leva,
arrastando paras ruas
homens irados,
mulheres nuas,
criânças dissipadas
nas calçadas da cidade.
Deus dos campos,
reforma agrária
por favor enxergue
quem realmente trabalha.
(Dell Santana)
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